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Reforma Tributária: o que sua empresa tem que fazer para 2026 e como se preparar agora

A Reforma Tributária de 2026 não é apenas uma mudança legislativa — é uma transformação estrutural que vai redefinir a forma como as empresas brasileiras calculam, recolhem e projetam seus impostos.
Mais do que isso: ela inaugura uma nova era de simplificação, transparência e previsibilidade fiscal, com impactos diretos no fluxo de caixa, na governança e na estratégia de negócios.

Se você é gestor, contador, ou empresário, esta é a hora de entender em: reforma tributária 2026: o que sua empresa — e não apenas reagir quando o novo sistema já estiver em vigor.

Neste artigo, vamos detalhar tudo o que você precisa saber sobre a reforma tributária e o que sua empresa tem que fazer para 2026, com base nas orientações do consultor tributário José Clovis Cabrera e nas diretrizes oficiais da Receita Federal e do Ministério da Fazenda.

1. O novo cenário tributário brasileiro: o nascimento do IVA dual

O ano de 2026 marca o início da transição para o sistema de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual, considerado o maior avanço em décadas no ambiente fiscal brasileiro.
O novo modelo substituirá gradualmente os tributos atuais sobre consumo:

  • PIS e Cofins (federais);
  • ICMS (estadual);
  • ISS (municipal).

Em seu lugar, surgem dois novos tributos:

  • CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) – de competência federal;
  • IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) – de competência estadual e municipal.

Essa estrutura forma o chamado IVA dual, inspirado em modelos internacionais bem-sucedidos, com o objetivo de simplificar o sistema, reduzir litígios e aumentar a competitividade do país.

Além disso, haverá:

  • redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para a maioria dos itens;
  • criação do Imposto Seletivo (IS), que incidirá sobre bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente (como cigarros, bebidas e combustíveis fósseis).

2. Cobrança no destino: um novo paradigma para arrecadação

Uma das principais mudanças trazidas pela reforma tributária é o conceito de cobrança no destino.
Isso significa que os impostos passarão a ser recolhidos onde ocorre o consumo, e não mais onde o produto é produzido.

Na prática, isso:

  • elimina o efeito cascata, onde o imposto é cobrado em cada etapa da cadeia;
  • reduz a complexidade de substituições tributárias;
  • redistribui a arrecadação entre estados e municípios, promovendo maior equilíbrio regional.

Empresas que hoje se beneficiam de incentivos fiscais estaduais precisarão reavaliar seus planejamentos tributários, já que muitos desses benefícios tendem a perder validade.

3. Cronograma de transição: o que muda até 2033

O novo modelo não entrará em vigor da noite para o dia. O governo definiu um cronograma de transição gradual, garantindo tempo para adaptação:

AnoEtapa
2026Início da fase de testes com alíquotas simbólicas: CBS (0,9%) e IBS (0,1%). As empresas ainda não recolhem, mas precisam declarar os valores nas notas fiscais.
2027 a 2032Substituição progressiva dos tributos atuais (PIS, Cofins, ICMS e ISS) pelos novos.
2033Consolidação total do sistema IVA dual, com extinção dos tributos antigos.

Durante esse período, segundo Cabrera, viveremos uma fase de “tributação dupla” — coexistirão o sistema antigo e o novo.
Por isso, planejamento e diagnóstico fiscal são fundamentais.

4. reforma tributária 2026: o que sua empresa deve fazer nesse ponto de partida

A primeira etapa que toda empresa deve realizar em 2025 é um diagnóstico fiscal completo.
Esse mapeamento serve para identificar como a estrutura tributária atual será impactada pela nova legislação.

Como fazer esse diagnóstico:

  1. Mapeie todos os tributos pagos hoje, por unidade de negócio, produto e localização.
  2. Simule cenários com as novas alíquotas da CBS e IBS.
  3. Analise incentivos fiscais: alguns podem ser extintos ou precisar de renegociação.
  4. Documente riscos e oportunidades, criando um plano de transição.

💡 Dica de especialista: nessa fase inicial, a Receita Federal atuará de forma pedagógica, permitindo correções sem autuações. Aproveite o período de aprendizado para ajustar os sistemas e processos sem penalidades.

5. Revisão tecnológica: prepare seus sistemas agora

Segundo Cabrera, um dos maiores desafios da Reforma Tributária é tecnológico.
A Receita Federal está construindo uma plataforma digital centralizada para apuração, cálculo e recolhimento de impostos — e ela exigirá integração total com os sistemas das empresas.

Pontos críticos de atenção:

  • Atualizar o ERP para contemplar os novos campos de CBS e IBS nas notas fiscais.
  • Garantir compatibilidade com o módulo de split payment, que muda completamente o fluxo de pagamento.
  • Implementar rotinas de validação automática de notas e cálculos tributários.

6. Split payment: o impacto direto no fluxo de caixa

O split payment (pagamento fracionado) é uma das inovações mais importantes do novo modelo.
Nesse sistema, os agentes financeiros (como operadoras de cartão e bancos) farão a retenção automática do valor do tributo no momento da compra.

Ou seja:

  • quando o cliente paga a compra, o sistema divide o valor automaticamente: uma parte vai para a empresa, outra diretamente para o Fisco.
  • a empresa não manipula mais o valor do imposto, o que traz mais transparência — mas também exige replanejar o fluxo de caixa.

Empresas que dependem de prazos longos de recebimento precisam ajustar suas projeções de liquidez, já que o recolhimento passa a ser instantâneo.

7. Governança e compliance: criando comitês de transição

A Reforma Tributária exige uma abordagem multidisciplinar.
Cabrera recomenda que as empresas criem comitês internos de governança tributária, integrando as áreas:

  • Fiscal e contábil;
  • Jurídica;
  • Tecnologia da informação;
  • Planejamento financeiro.

Esses grupos devem liderar o processo de adaptação, definindo responsabilidades, prazos e indicadores de conformidade.

Além disso, é hora de:

  • revisar políticas de compliance;
  • reforçar controles internos;
  • validar a classificação fiscal de produtos e serviços para evitar erros de emissão nas notas do ambiente de teste.

8. Gestão de caixa: o coração da transição

A transição para o IVA dual cria um período de alta complexidade financeira.
Durante os primeiros anos, coexistirão obrigações antigas e novas — o que Cabrera chama de “tributação dupla”.

Boas práticas para proteger o caixa:

  • Criar provisões financeiras para absorver multas e ajustes inesperados.
  • Revisar contratos de longo prazo, atualizando cláusulas tributárias e penalidades.
  • Simular o impacto em créditos e estornos tributários com base nos novos cálculos.
  • Monitorar o fluxo de caixa semanalmente, ajustando conforme o aprendizado do sistema.

Empresas que mantiverem disciplina financeira e flexibilidade operacional terão vantagem competitiva nesse período de transição.

9. Capacitação: o fator humano da reforma tributária

Cabrera é categórico: “Entender a Reforma passa por todas as esferas da empresa.”
Isso significa que a mudança não é apenas contábil ou fiscal — é cultural.

Para garantir uma adaptação bem-sucedida, é fundamental investir em treinamento e capacitação contínua.
Os profissionais precisam dominar conceitos como:

  • funcionamento do IVA dual;
  • emissão correta das novas notas fiscais;
  • aplicação das novas regras de crédito tributário;
  • operação do split payment e da plataforma da Receita.

💬 Dica prática: crie programas internos de atualização e workshops mensais. Isso ajuda a reduzir erros e prepara a equipe para atuar com autonomia.

10. Monitoramento e influência estratégica

A regulamentação da reforma tributária será construída gradualmente entre 2025 e 2030, com leis complementares, portarias e instruções normativas.
Por isso, acompanhar esse processo é vital.

O que as empresas devem fazer:

  • Monitorar os projetos de lei e regulamentos que detalharão as regras do CBS e IBS.
  • Participar de associações e conselhos empresariais, defendendo os interesses do setor.
  • Atualizar constantemente o planejamento tributário conforme novas definições forem publicadas.
  • Antecipar potenciais contenciosos tributários, ajustando contratos e cláusulas preventivamente.

Empresas que se mantêm próximas das discussões conseguem antecipar riscos e aproveitar oportunidades — inclusive influenciando a formatação final das regras.

11. Da teoria à prática: como sua empresa deve agir agora

Se você chegou até aqui, já entendeu que 2026 será um divisor de águas.
Mas, na prática, por onde começar?

Aqui está um checklist prático para iniciar hoje sua preparação para a reforma tributária:

✅ Fazer um diagnóstico fiscal completo da operação atual.
✅ Mapear benefícios fiscais e regimes especiais vigentes.
✅ Planejar atualizações de ERP e integração com a nova plataforma da Receita.
✅ Criar comitês internos de transição e governança tributária.
✅ Revisar contratos e políticas de compliance.
✅ Elaborar um plano de fluxo de caixa para o período de “tributação dupla”.
✅ Implementar um programa de capacitação interna contínua.
✅ Monitorar semanalmente os avanços regulatórios da reforma.

Usar os conhecimentos da sua Empresa contábil de confiança, é imprescindível, para que seja possível, prever e aplicar ao dia a dia, o que se tornará o futuro presente

Empresas que tratarem essa preparação como projeto estratégico de transformação digital e financeira terão uma curva de aprendizado mais rápida e estarão em posição de destaque no novo ambiente fiscal.

2026 é o ponto de partida, não o ponto final

A Reforma Tributária de 2026 é inevitável — e, ao mesmo tempo, uma oportunidade única.
Ela promete reduzir a burocracia, modernizar o sistema de arrecadação e tornar o Brasil um ambiente mais previsível para investimentos.

Mas, para as empresas, o sucesso dependerá menos das leis e mais da capacidade de adaptação.
Quem se preparar com antecedência, revisando processos, tecnologia, finanças e cultura organizacional, chegará à nova era tributária com vantagem competitiva.

🚀 A hora de agir é agora.
A transição começa em poucos meses — e as empresas que iniciarem seu diagnóstico e planejamento em 2025 estarão prontas para operar com segurança e eficiência no novo modelo.

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