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PJ ou CLT para startups: qual modelo de contratação escolher? (exemplos do Criciúma Tech)

Introdução

O dilema entre PJ ou CLT para startups é um dos mais frequentes entre empreendedores e profissionais de tecnologia. Startups vivem sob pressão: precisam crescer rápido, mas geralmente contam com recursos financeiros limitados e times reduzidos. Nesse cenário, a escolha do modelo de contratação impacta diretamente em custos, retenção de talentos, riscos trabalhistas e até na cultura da empresa.

Nos últimos anos, ecossistemas emergentes como o Criciúma Tech, em Santa Catarina, têm mostrado que não existe fórmula única. Enquanto algumas startups preferem a segurança da CLT, outras adotam o PJ pela flexibilidade e economia. Mas afinal, qual é o melhor caminho?

Neste artigo, vamos explorar em detalhes o tema, comparar vantagens e desvantagens, trazer exemplos práticos do mercado e mostrar como sua startup pode tomar a decisão correta.

1. O cenário das startups no Brasil

As startups brasileiras enfrentam um ambiente desafiador: alta carga tributária, incertezas regulatórias e necessidade constante de inovação. Segundo a ABStartups, já são mais de 14 mil empresas desse tipo no país, empregando milhares de profissionais, principalmente nas áreas de tecnologia e inovação.

No caso de ecossistemas como o Criciúma Tech, que reúne dezenas de startups da região sul catarinense, a questão PJ ou CLT para startups é recorrente. Empresas locais em fase inicial muitas vezes optam pelo PJ para reduzir custos e contratar rapidamente. Já aquelas em expansão tendem a migrar para CLT, em busca de maior retenção e conformidade legal.

2. O que significa contratar via CLT

A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) é o regime tradicional de contratação no Brasil. Nesse modelo, o profissional tem vínculo empregatício formal com a empresa e passa a ter direito a benefícios trabalhistas como:

  • 13º salário
  • Férias remuneradas + adicional de 1/3
  • FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço)
  • Licenças maternidade/paternidade
  • Seguro-desemprego e estabilidade em certas situações

Vantagens da CLT para startups

  • Maior segurança jurídica e menor risco de passivo trabalhista.
  • Aumenta a sensação de estabilidade e pertencimento para o colaborador.
  • Ajuda a reter talentos, principalmente em áreas concorridas.

Desvantagens da CLT

  • Custo elevado: encargos podem chegar a 40% do salário.
  • Menor flexibilidade para desligar profissionais.
  • Processos burocráticos de admissão e demissão.

No curto prazo, esses custos podem pesar, mas no médio e longo prazo a CLT tende a ser mais sustentável para startups em crescimento.

3. O que significa contratar via PJ

Na contratação Pessoa Jurídica (PJ), o profissional abre uma empresa (geralmente MEI, EI ou LTDA) e emite nota fiscal pelos serviços prestados. Não há vínculo empregatício.

Vantagens do PJ para startups

  • Redução de custos: não há encargos como FGTS, férias ou 13º.
  • Flexibilidade: contratação rápida e desligamento simplificado.
  • Acesso a profissionais sêniores que preferem trabalhar nesse formato.

Desvantagens do PJ

  • Risco de passivo trabalhista se houver subordinação ou exclusividade.
  • Falta de benefícios obrigatórios pode prejudicar a retenção de talentos.
  • Insegurança para o profissional em períodos de instabilidade.

É por isso que especialistas alertam: o PJ deve ser usado de forma estratégica, geralmente para funções pontuais, consultorias ou fases iniciais da startup.

4. Comparativo direto: PJ ou CLT para startups

Abaixo, um quadro resumido das diferenças:

CritérioCLTPJ
Custos para a empresaAltos (carga de ~40%)Reduzidos (sem encargos trabalhistas)
Segurança jurídicaAltaBaixa, risco de vínculo
Benefícios para o colaboradorGarantidos por leiNegociáveis, sem obrigatoriedade
Flexibilidade de contrataçãoBaixaAlta
Atração de talentosBoa, principalmente junioresBoa entre sêniores e consultores

Esse comparativo ajuda a visualizar a essência da decisão.

5. Exemplos práticos no ecossistema Criciúma Tech

No Criciúma Tech, já é possível observar como startups locais têm adotado estratégias híbridas.

  • Startups em fase de ideação: geralmente começam com contratos PJ, reduzindo custos fixos e facilitando a contratação de especialistas temporários.
  • Startups em tração ou scale-up: tendem a formalizar equipes CLT, principalmente em cargos estratégicos de tecnologia e liderança, para garantir retenção e evitar ações trabalhistas.

Um exemplo citado em entrevistas do ecossistema é o caso de uma empresa de software que iniciou com time 100% PJ, mas migrou parte das funções para CLT conforme recebeu rodadas de investimento e precisou fortalecer a cultura organizacional.

Esse movimento mostra que a resposta para PJ ou CLT para startups pode variar de acordo com a fase da empresa.

6. Como escolher o modelo ideal para sua startup

A decisão entre PJ e CLT depende de múltiplos fatores. Alguns critérios importantes:

  1. Fase da startup
    • Ideação/early stage: PJ pode ser mais viável.
    • Scale-up: CLT garante mais estabilidade.
  2. Tipo de função
    • Funções estratégicas ou core business: melhor CLT.
    • Serviços temporários ou especializados: PJ pode funcionar bem.
  3. Perfil do profissional
    • Juniors e plenos tendem a preferir CLT.
    • Sêniores valorizam a liberdade do PJ.
  4. Tolerância ao risco trabalhista
    • Startups com baixo apetite a risco devem priorizar CLT.

7. Tendências e boas práticas de contratação em startups

  • Crescimento das contratações PJ: entre 2019 e 2020, o número saltou de 22% para 31%, segundo levantamento da Vibbra.
  • Preferência dos profissionais: uma pesquisa da Colinear mostrou que 90,3% dos profissionais de tecnologia preferem atuar como PJ.
  • Benefícios para PJs: algumas startups oferecem planos de saúde e benefícios customizados a prestadores de serviço, sem configurar vínculo trabalhista (ex.: aditivos contratuais ou terceirização de benefícios).
  • Regularização e compliance: à medida que crescem, startups migram para modelos CLT para evitar passivos jurídicos.

Essas práticas mostram que o mercado está amadurecendo e que a discussão PJ ou CLT para startups não deve ser vista como excludente, mas complementar.

Conclusão

A decisão entre PJ ou CLT para startups não é simples. Cada modelo tem vantagens e riscos, e o ideal é avaliar o estágio da empresa, o tipo de função e o perfil do profissional.

O exemplo do Criciúma Tech ilustra bem esse cenário: startups iniciam com PJ pela flexibilidade, mas evoluem para CLT conforme crescem e precisam de mais estabilidade.

Mais do que escolher entre PJ ou CLT, o importante é alinhar expectativas com o time, garantir segurança jurídica e construir uma cultura sólida. No fim das contas, a contratação deve ser um motor para o crescimento da startup – e não um obstáculo.

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