Imagine o cenário: é janeiro de 2026, e você — dono de uma pequena empresa em Joinville — abre o sistema para emitir uma nota fiscal.
De repente, novos campos aparecem, siglas diferentes, códigos que você nunca viu. Seu contador liga e diz:
“Calma, é por causa da reforma tributária. Agora tem IBS e CBS.”
Você respira fundo, mas a dúvida fica: o que realmente muda para mim, que sou do Simples Nacional?
Se essa cena parece próxima da realidade da sua empresa, este artigo é para você.
Neste guia completo, vamos mostrar o que muda no Simples Nacional em 2026 em Santa Catarina, por que essas mudanças são importantes e — o mais valioso — como se preparar agora para não ser pego de surpresa.
Por que 2026 é um marco histórico para micro e pequenas empresas
A reforma tributária brasileira (Emenda Constitucional nº 132/2023) começa a tomar forma em 2026.
E, embora o Simples Nacional continue existindo, o ambiente em torno dele muda profundamente.
O ano de 2026 marca o início da fase de transição: o governo federal e os estados começam a testar o novo modelo de impostos — a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).
Em Santa Catarina, por exemplo, a Secretaria da Fazenda já confirmou:
- IBS entra em fase de teste com alíquota simbólica de 0,10% (dividida entre estado e municípios: 0,05% + 0,05%).
- A CBS, federal, começa a ser cobrada também de forma simbólica, com 0,90% de alíquota.
À primeira vista, isso parece pouco. Mas por trás desses números existe uma mudança de lógica tributária que impacta até quem está no Simples Nacional.
Entendendo o que muda no simples nacional em 2026
O Simples Nacional foi criado para simplificar a vida das micro e pequenas empresas. Um único pagamento (o DAS) reúne impostos como IRPJ, CSLL, PIS, Cofins, ICMS e ISS.
Só que o novo sistema — baseado em CBS e IBS — substitui exatamente esses tributos.
A dúvida é: como o Simples vai se encaixar nisso?
Até o momento, o Comitê Gestor do Simples Nacional confirmou que o regime não será extinto, mas passará a conviver com o novo modelo. Isso significa que:
- As empresas continuarão recolhendo via DAS.
- Mas precisarão se adaptar a novas obrigações acessórias, especialmente na emissão de notas fiscais.
- Haverá impacto indireto nas vendas para outras empresas (B2B) — já que o comprador pode buscar fornecedores que gerem crédito de IBS/CBS.
Em outras palavras:
O Simples não acaba. Mas o jogo muda.
As principais mudanças do Simples Nacional em 2026 em Santa Catarina
Vamos direto ao ponto: o que muda, na prática?
1. Emissão de notas fiscais com novos campos
A partir de 2026, as NF-e e NFC-e passam a ter campos específicos para identificar o novo sistema tributário.
Mesmo empresas do Simples precisarão emitir notas compatíveis com CBS e IBS, especialmente quando venderem para clientes de outros regimes.
Isso exige atualização dos sistemas fiscais, softwares de gestão e revisão de cadastros.
💡 Dica prática: converse com seu fornecedor de software fiscal ainda em 2025 para confirmar se ele estará preparado para a transição.
2. Novos conceitos de receita bruta
A Receita Federal deve ajustar o conceito de receita bruta — base usada para o enquadramento no Simples — para incluir operações antes desconsideradas, como certas bonificações, créditos de fidelidade e receitas financeiras ligadas a serviços.
Esse ponto é crítico, pois pode levar algumas empresas a ultrapassarem o limite de R$ 4,8 milhões anuais e perderem o direito ao regime simplificado.
3. Integração entre fiscos
Com o IBS, os fiscos federal, estadual e municipal passam a compartilhar informações em tempo real.
A promessa é reduzir a burocracia, mas também aumentar a fiscalização e a chance de inconsistências serem detectadas rapidamente.
Em Santa Catarina, a SEF/SC já está desenvolvendo sistemas integrados com municípios, o que pode significar menos formulários — mas zero margem para erro contábil.
4. Alíquotas simbólicas, mas com efeitos reais
Ainda que as alíquotas em 2026 sejam pequenas (0,10% IBS + 0,90% CBS), as notas fiscais e declarações já devem trazer as informações no novo formato.
Isso exige revisão completa da rotina contábil, incluindo:
- Códigos de CFOP e CST;
- Relatórios de faturamento;
- E cálculo de repasse aos municípios.
A fase de “teste” é, na prática, um treinamento obrigatório para o futuro.
Impactos práticos para o pequeno empresário catarinense
Pense em uma padaria de Florianópolis que fornece pães para restaurantes.
Ela está no Simples Nacional e sempre vendeu sem problemas.
Mas, em 2026, seus clientes — muitos no Lucro Real — passam a buscar fornecedores que gerem créditos de IBS/CBS.
Como empresas do Simples não geram créditos, a padaria perde competitividade.
Ou precisa renegociar preços. Ou migrar de regime.
Esse tipo de situação será comum em Santa Catarina, especialmente nos setores de:
- Serviços B2B (marketing, tecnologia, consultoria, manutenção);
- Comércio atacadista;
- Indústrias que vendem para outras empresas.
Para quem atua no varejo B2C (supermercados, academias, salões, restaurantes), o impacto é menor, pois o consumidor final não usa créditos tributários.
Estratégias para empresas catarinenses se adaptarem até 2026
“Quem se prepara antes, lucra depois.”
— frase clássica, mas mais verdadeira do que nunca.
Aqui estão as ações práticas que empresários e contadores de SC devem adotar já:
1. Revise o enquadramento e o regime tributário
Use 2025 para simular cenários:
- Permanecer no Simples;
- Migrar para Lucro Presumido;
- Ou considerar o chamado “regime híbrido” (Simples + IBS/CBS “por fora”).
Faça contas, compare margens e procure seu contador.
Uma migração estratégica pode representar economia de 10% ou mais em certos casos.
2. Atualize seu sistema fiscal e de emissão de notas
Verifique com seu fornecedor se o software está pronto para CBS e IBS.
Um erro simples de codificação pode gerar multas — mesmo com alíquota simbólica.
3. Organize sua contabilidade
Com a integração de fiscos, a transparência aumenta.
Quem mantiver dados inconsistentes entre municipal, estadual e federal pode ser notificado com mais frequência.
Faça uma auditoria interna:
- Revise CNPJs de clientes e fornecedores;
- Corrija cadastros antigos;
- E mantenha as declarações (DEFIS, DASN) sempre em dia.
4. Reforce o controle de receita bruta
Empresas próximas ao limite do Simples (R$ 4,8 milhões) devem fazer controle mensal.
Uma receita extraordinária mal classificada pode causar desenquadramento — e surpresa no caixa.
5. Eduque sua equipe e seus clientes
Treine funcionários para entender o novo sistema tributário.
E comunique seus clientes sobre possíveis ajustes de preço ou prazos, explicando que são decorrentes da transição nacional.
A transparência fortalece a confiança.
Impactos regionais: Santa Catarina em destaque
Santa Catarina é referência em empreendedorismo.
Segundo dados do Sebrae, o estado tem uma das maiores proporções de MEIs e pequenas empresas do Brasil.
Setores como indústria têxtil, turismo, comércio e tecnologia serão fortemente impactados pela transição.
Exemplo prático:
- Uma empresa de software em Blumenau (Simples Nacional, Anexo III) presta serviços para clientes de São Paulo e Minas Gerais.
- Em 2026, esses clientes pedem notas com destaque de IBS/CBS para crédito.
- Como o Simples não gera crédito, a empresa catarinense precisa negociar valores ou avaliar sair do regime.
Essa mudança de comportamento de mercado pode pressionar micro e pequenas empresas locais a se modernizarem rapidamente.
E o contador? Papel estratégico em 2026
Mais do que nunca, o contador se torna parceiro estratégico do empresário.
O papel não será apenas calcular impostos — mas orientar decisões.
Em 2026, o escritório contábil deverá:
- Interpretar regras da CBS/IBS aplicadas ao Simples;
- Simular cenários tributários;
- Acompanhar atualizações do Comitê Gestor do Simples Nacional e da SEF/SC;
- Promover workshops e informativos para seus clientes.
📣 Dica: se você é contador em SC, comece a produzir conteúdo educativo (posts, lives, e-books). Isso gera autoridade e atrai novos clientes buscando orientação.
❓Perguntas frequentes sobre o Simples Nacional 2026 em SC
1. O Simples Nacional vai acabar?
Não. Ele permanece como regime diferenciado, mas convivendo com CBS/IBS.
2. As alíquotas mudam em 2026?
Não imediatamente. Em 2026, apenas os testes começam, com alíquotas simbólicas (0,10% IBS + 0,90% CBS).
3. Empresas do Simples vão pagar esses novos tributos?
De forma direta, não. Mas precisarão informar os campos e dados correspondentes nas notas fiscais.
4. O limite de faturamento muda?
Ainda não há confirmação. O teto atual (R$ 4,8 milhões) permanece até nova lei complementar.
5. Preciso fazer algo agora?
Sim: revisar sistema fiscal, conversar com seu contador e entender como a reforma impacta seu modelo de negócio.
Checklist de preparação para o Simples 2026 em Santa Catarina
| Etapa | Ação | Prazo sugerido |
|---|---|---|
| 1 | Revisar regime tributário e simular cenários | Até dez/2025 |
| 2 | Atualizar sistemas de emissão de notas fiscais | 1º trimestre/2026 |
| 3 | Auditar cadastros e obrigações acessórias | Contínuo |
| 4 | Treinar equipe e revisar contratos | 2025–2026 |
| 5 | Monitorar legislação estadual e municipal | Permanente |
Storytelling de sucesso: o exemplo da “Café da Ilha”
A “Café da Ilha”, pequena torrefadora em Florianópolis, sempre operou no Simples.
Em 2025, ao saber das mudanças, o dono — João — procurou seu contador.
Eles simularam cenários, ajustaram o sistema fiscal e revisaram contratos com cafeterias e mercados.
Quando 2026 chegou, João já estava emitindo notas com os novos campos do IBS e CBS sem problema.
Enquanto concorrentes corriam atrás do prejuízo, ele já promovia seu café como “empresa adaptada à nova era tributária”.
Resultado?
Aumentou vendas em 18% no primeiro trimestre de 2026.
Essa história fictícia, mas inspirada em casos reais, mostra o poder de agir antes da maré mudar.
Conclusão: 2026 será o ano da preparação — não da improvisação
O Simples Nacional continua sendo uma excelente escolha para micro e pequenas empresas.
Mas o ambiente tributário ao redor dele está mudando — e Santa Catarina será palco dessa transformação.
Empresas que enxergarem 2026 como um ano de oportunidade e aprendizado, e não de “espera”, terão vantagem competitiva.
Quem se antecipar sairá na frente quando o novo sistema se consolidar de vez em 2027-2033.
👉 Comece hoje:
- Fale com seu contador;
- Faça uma revisão tributária;
- Ajuste seus sistemas;
- E mantenha-se informado.
📞 Chamada para ação
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