No dia 11 de abril de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou a Medida Provisória nº 1.294, que altera a tabela progressiva mensal doImposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). Essa mudança era bastante aguardada, pois fazia parte das promessas de campanha de Lula: ampliar a faixa de isenção para R$ 5.000 mensais, algo que não se concretizou nesta atualização.
Mas afinal, o que muda com a nova tabela? Quais os impactos para o bolso do trabalhador? Por que a isenção de R$ 5 mil ficou de fora? E o que ainda pode vir pela frente? Este artigo é o primeiro de uma série em 3 partes que vai te explicar tudo o que você precisa saber sobre a nova tabela do IR e como se preparar para ela.
A Nova Tabela do IRPF em Detalhes
A Medida Provisória altera os valores a partir de maio de 2025, com base na Lei nº 11.482/2007. Veja como ficou:
Base de Cálculo (R$)
Alíquota (%)
Parcela a Deduzir (R$)
Até 2.428,80
0%
0,00
De 2.428,81 até 2.826,65
7,5%
182,16
De 2.826,66 até 3.751,05
15%
394,16
De 3.751,06 até 4.664,68
22,5%
675,49
Acima de 4.664,68
27,5%
908,73
Essa tabela valerá a partir de maio de 2025 e substitui a faixa anterior, que estava congelada desde o início do ano.
Por que essa Medida é Importante?
Nos últimos anos, a defasagem da tabela do Imposto de Renda foi tema de debates constantes. Segundo estudos, a defasagem acumulada já ultrapassava os 140%, prejudicando especialmente quem recebe salários mais baixos, que passaram a ser tributados indevidamente.
Essa nova tabela busca aliviar parte dessa distorção. No entanto, a tão esperada faixa de isenção de até R$ 5.000 — prometida desde o início do governo Lula — ainda não foi implementada. A isenção permanece apenas para quem recebe até R$ 2.428,80 mensais.
Por que a isenção de R$ 5 mil não saiu?
Segundo o Ministério da Fazenda, a ampliação da faixa de isenção para R$ 5 mil exige um esforço fiscal considerável. Projeções internas apontam que isso poderia causar uma perda de arrecadação superior a R$ 60 bilhões por ano — um impacto que, no atual momento fiscal do país, é difícil de sustentar sem uma reforma tributária mais ampla.
Dessa forma, a Medida Provisória 1.294/25 foi uma forma de avançar parcialmente com a correção da tabela, sem comprometer as contas públicas em larga escala.
Impacto real no bolso do contribuinte
Para entender melhor, vamos ver um exemplo prático:
Um trabalhador que Ganha R$ 2.400,00 Reais, antes, entrava na primeira tabela do Imposto de Renda, porém não pagava efetivamente devido a Isenção. O que isso vai causar é Somente aumentar o alcance do ”Ignorar” da Receita Federal, de forma que quem ganha até R$ 2428,80
Embora o alívio exista, ele ainda é pequeno se comparado à inflação acumulada e à promessa de isenção total até R$ 5 mil. A maioria da população de classe média continua tributada em patamares altos, enquanto o número de contribuintes isentos não cresceu significativamente.
O que é uma Medida Provisória e o que pode mudar ainda
É importante lembrar que medidas provisórias têm força de lei imediata, mas precisam ser aprovadas pelo Congresso Nacional em até 120 dias. Isso significa que a tabela ainda pode sofrer alterações — inclusive melhorias — dependendo da pressão política e do debate no Legislativo.
O Congresso pode:
Aprovar a MP como está.
Propor emendas, como a ampliação da faixa de isenção.
Rejeitá-la, o que derrubaria as mudanças propostas.
IRPF 2025 – A Mudança Foi Só na Primeira Faixa e o Alívio Ainda É Limitado
Na primeira parte deste post, mostramos as alterações feitas pela Medida Provisória nº 1.294, de 11 de abril de 2025, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Agora, é hora de mergulhar nos detalhes e entender o que realmente mudou — e o que ficou praticamente igual.
A verdade é: a mudança foi apenas na primeira faixa da tabela progressiva. Ou seja, a nova tabela do Imposto de Renda não representa uma transformação estrutural, mas sim um ajuste pontual que gera pouco impacto prático para a maioria dos contribuintes.
Apenas a Primeira Faixa da Tabela Foi Alterada
Vamos recapitular:
A nova faixa de isenção passa a contemplar rendas mensais de até R$ 2.428,80. Antes, essa faixa era um pouco menor. Mas, todas as demais faixas da tabela permanecem exatamente como estavam.
A única diferença aqui em relação à tabela anterior está na primeira faixa. Isso significa que:
✅ Quem ganha até R$ 2.428,80 agora está isento. ❌ Quem ganha acima disso, continua pagando imposto como antes.
E o impacto prático? Quase simbólico.
Apesar do anúncio oficial de “atualização da tabela”, o impacto prático é muito pequeno, principalmente para a classe média. A faixa de isenção foi ampliada de forma modesta, enquanto as demais faixas não foram ajustadas nem pela inflação acumulada.
Ou seja:
Quem ganha pouco pode ter algum alívio — ainda que mínimo.
Quem ganha mais de R$ 2.500 continuará sentindo o peso do IR no contracheque.
Quem esperava uma correção geral ou uma nova lógica de tributação, se frustrou.
Em resumo, essa medida não muda a estrutura do sistema tributário brasileiro e tampouco combate sua principal falha: a defasagem histórica que penaliza os que ganham menos e isenta rendas mais altas de origem não salarial.
A Defasagem Continua
De acordo com cálculos da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco), a tabela do IR deveria isentar até R$ 5.000, se tivesse sido corrigida apenas pela inflação desde 1996.
A promessa de campanha do presidente Lula foi justamente essa: aumentar a faixa de isenção para R$ 5 mil. Porém, mesmo com a Medida Provisória, estamos ainda a menos da metade desse valor.
Portanto, essa atualização:
Não é significativa.
Não cumpre a promessa de campanha.
Não traz justiça fiscal real.
Comparando com tabelas anteriores
Vamos colocar as coisas em perspectiva.
Tabela de 2024:
Isenção até R$ 2.112 (com desconto simplificado, podia chegar até R$ 2.640)
Tabela de 2025 (nova):
Isenção até R$ 2.428,80 (sem mudanças nas demais faixas)
Ou seja, a evolução da faixa de isenção foi de apenas R$ 316,80.
Enquanto isso, o salário mínimo subiu para R$ 1.502 em 2025, e muitos trabalhadores que recebem pouco acima desse valor continuam pagando IR, o que contradiz os princípios de progressividade e justiça social da Constituição.
O Que Isso Significa Para Você
se o seu salário está na faixa de R$ 2.500 a R$ 5.000, que representa uma boa parte da população economicamente ativa, essa atualização não mudou absolutamente nada na sua vida tributária.
E o que os especialistas dizem?
Economistas e tributaristas apontam que essa alteração na tabela é, no máximo, um gesto simbólico.
“É um avanço, mas longe do que o Brasil precisa. A tabela do IR segue distorcida, penalizando assalariados e poupando os mais ricos, que vivem de lucros e dividendos”, afirmou o tributarista Henrique Telles, em entrevista à Folha Econômica.
E Agora, Lula? O Futuro da Tabela do IRPF e a Promessa dos R$ 5 mil de Isenção
Com a publicação da Medida Provisória nº 1.294, de 11 de abril de 2025, o governo Lula deu um pequeno passo na atualização da tabela do IRPF. No entanto, como vimos nas partes anteriores, a mudança prática foi limitada à primeira faixa de isenção, e não representa uma reforma estrutural no sistema tributário.
A pergunta que paira agora é: e os R$ 5.000 prometidos? Eles ainda vêm? A resposta curta: talvez sim — mas não por agora.
Vamos entender o que pode acontecer daqui pra frente e o que está em jogo.
Reforma Tributária: a Esperança de Mudança de Verdade
Desde o início do atual governo, o Ministério da Fazenda, liderado por Fernando Haddad, tem indicado que a correção completa da tabela do IR só virá junto com a segunda fase da reforma tributária.
Essa etapa incluiria:
Uma revisão profunda do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF).
A tributação de lucros e dividendos, hoje isentos.
Aumento da progressividade e justiça fiscal.
O grande entrave? O impacto nas contas públicas. Isentar até R$ 5.000 pode representar uma renúncia fiscal de mais de R$ 60 bilhões por ano. E sem uma compensação, essa medida é difícil de sustentar.
O que o Governo tem dito até agora
Em declarações recentes, o presidente Lula reafirmou o compromisso de cumprir a promessa:
“Vamos fazer com responsabilidade. A isenção de até R$ 5.000 virá. Não prometemos para um ano, prometemos para o mandato”, disse Lula em entrevista coletiva em março de 2025.
Na prática, isso sinaliza que o governo pretende aplicar aumento gradual da faixa de isenção, ano após ano — e que essa MP de abril seria só o começo.
O Congresso ainda pode mudar o jogo
Como essa alteração veio por Medida Provisória, ela precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional em até 120 dias. Nesse processo, deputados e senadores podem propor emendas, incluindo:
A ampliação da faixa de isenção.
Mudanças nas alíquotas superiores.
Inclusão de outras faixas intermediárias.
Inclusive, parlamentares da base governista e da oposição já sinalizaram que pretendem pressionar por mais avanços na tabela ainda neste ano.
Propostas em discussão para tornar o IR mais justo
Além da faixa de isenção, outras propostas ganham força no debate público:
Tributação de lucros e dividendos – medida que poderia equilibrar a perda de receita da ampliação da isenção.
Redução da alíquota máxima do IR para assalariados, hoje em 27,5%.
Criação de alíquotas superiores para altos rendimentos, como salários acima de R$ 20 mil ou 30 mil mensais.
Fim das deduções regressivas, que beneficiam proporcionalmente os mais ricos.
Essas ideias estão sendo estudadas por técnicos do Ministério da Fazenda e têm apoio de parte do Congresso e de entidades como o IPEA, Unafisco e DIEESE.
Como o contribuinte deve se preparar?
Até que novas mudanças venham, a orientação para os contribuintes é:
Revisar sua faixa atual na tabela do IRPF;
Usar simuladores oficiais da Receita Federal para planejar retenções na fonte;
Consultar um contador ou especialista para avaliar estratégias de dedução legal, especialmente se estiver próximo das transições de faixa.
Além disso, vale ficar atento às movimentações do Congresso — mudanças na MP podem ocorrer rapidamente, e com impacto direto no seu bolso.
Resumo: O Que Esperar do IRPF em 2025 e Além
Ponto
Situação Atual
Expectativa
Isenção até R$ 5.000
Não implementada
Prometida até 2026
Tabela atualizada
Apenas a primeira faixa
Pode sofrer alterações no Congresso
Reforma tributária do IR
Ainda em fase de estudo
Prevista para o segundo semestre de 2025
Tributação de lucros/dividendos
Inexistente
Pode ser incluída na reforma
Conclusão: A Luta Pela Justiça Fiscal Continua
A nova tabela do IRPF é, sem dúvidas, um passo — mas muito pequeno frente à urgência das mudanças necessárias. O Brasil ainda tributa mal: pesa nos salários e alivia o capital. A promessa de isenção até R$ 5 mil segue viva, mas depende de vontade política, equilíbrio fiscal e pressão da sociedade.
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