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Palavra-chave principal: IOF para MEI e pequenas empresas
Segmentação local: Criciúma e Araranguá (SC)
Quando o Custo do Crédito Dobra e a Justiça Tributária Falha
Imagine o João, microempreendedor de Criciúma que abriu uma oficina mecânica em 2022 com muito esforço e um empréstimo da cooperativa local. Com margens apertadas e custos crescentes, ele planejava recorrer a um novo crédito em 2025 para ampliar o espaço e contratar mais um funcionário.
Mas um decreto recente pegou João de surpresa: a alíquota do IOF foi dobrada para pessoas jurídicas — o que inclui ele, um MEI.
O que era um planejamento de crescimento virou um cálculo de sobrevivência.
Se você também é MEI ou tem uma pequena empresa em Criciúma ou Araranguá, este post vai te mostrar:
- O que muda no IOF;
- Como isso afeta seus custos operacionais;
- E o que você pode fazer para proteger seu negócio.
O que é IOF e o que mudou para MEI e pequenas empresas
➤ O que é IOF?
O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) incide sobre:
- Empréstimos bancários;
- Financiamentos;
- Câmbio;
- Seguros;
- Investimentos de curto prazo.
É um imposto cobrado diariamente e calculado sobre o valor da operação.
O aumento do IOF foi anunciado como algo pontual, mas sem diálogo direto com quem mais será afetado. Em regiões como o sul de Santa Catarina, onde os pequenos negócios sustentam boa parte da economia local, medidas desse tipo deveriam ser discutidas com entidades como ACIC (Associação Empresarial de Criciúma) ou os Núcleos de Jovens Empreendedores de Araranguá. A ausência de diálogo mostra o quanto o pequeno empresário ainda tem pouca voz nas decisões tributárias nacionais — e reforça a necessidade de organização coletiva para exigir políticas mais equilibradas.
➤ O que mudou?
Com o novo decreto, a alíquota diária do IOF foi dobrada para pessoas jurídicas. Veja a comparação:
Tipo de Contribuinte | IOF Anterior | IOF Novo (2025) |
---|---|---|
Pessoa Física | 0,0082% a.d. | (sem mudanças) |
Pessoa Jurídica (inclui MEI) | 0,0041% a.d. | 0,0082% a.d. |
💡 Importante: apesar da alíquota parecer pequena, o impacto é significativo quando acumulado em operações maiores ou recorrentes.
O impacto prático do IOF dobrado nos pequenos negócios
Vamos voltar ao exemplo do João, nosso mecânico de Criciúma. Ele planejava pegar um empréstimo de R$ 30.000 para ampliar sua oficina.
Veja o comparativo de IOF com a nova regra:
Valor do Empréstimo | IOF Anterior (0,0041% a.d.) | IOF Novo (0,0082% a.d.) | Diferença Anual |
---|---|---|---|
R$ 30.000 por 12 meses | R$ 144,18 | R$ 288,36 | + R$ 144,18 |

Agora imagine esse aumento em milhares de micro e pequenas empresas em Araranguá, Criciúma e outras cidades de SC.
Estamos falando de milhões de reais a mais circulando em impostos, sem retorno direto para o pequeno empreendedor.
Poucos empreendedores percebem que o IOF se acumula ao longo de contratos estendidos. Um financiamento de 24 ou 36 meses para renovar frota, comprar maquinário ou reformar um ponto comercial pode acabar custando milhares de reais a mais só em IOF. E isso sem contar os juros bancários e taxas administrativas. Por isso, em tempos de aumento da alíquota, a atenção ao custo efetivo total (CET) do empréstimo deve ser redobrada. Em Araranguá, por exemplo, onde muitos MEIs atuam no comércio varejista e dependem de parcelamento com fornecedores, essa atenção pode significar a diferença entre lucro e prejuízo.
Por que isso é um problema para cidades como Criciúma e Araranguá?
Segundo dados do SEBRAE-SC, cerca de 89% das empresas ativas em Criciúma são MEIs ou pequenas empresas. Em Araranguá, esse número gira em torno de 87%.
Efeito imediato:
- Menor acesso a crédito;
- Menos investimentos locais;
- Redução de vagas formais de trabalho.
Efeito social:
- O crédito deixa de ser um apoio e vira um obstáculo;
- Empresas que precisam de fôlego acabam optando pelo informal.
O que dizem os especialistas
A jornalista Thais Herédia, da CNN, destacou:
“A alíquota dobrada do IOF não representa justiça tributária. Quem mais vai sentir é o pequeno empreendedor, que depende de crédito para operar.”
Já o economista Rodrigo Totino alerta:
“Essa medida deveria vir acompanhada de estímulos para crédito com juros mais baixos. Do contrário, só aumentamos a pressão sobre quem já carrega o país nas costas: o microempreendedor.”
Como MEIs e pequenas empresas de Criciúma e Araranguá podem reagir?
Aqui estão 5 ações práticas para proteger o seu caixa e minimizar impactos:
✅ 1. Renegocie dívidas atuais
Se você já tem empréstimos ativos, tente renegociar as taxas ou antecipar pagamentos antes que o novo IOF incida em operações adicionais.
✅ 2. Aproveite cooperativas e fintechs locais
Busque crédito em cooperativas como Sicoob ou Cresol, comuns em SC. Elas costumam oferecer taxas menores e alternativas mais humanas.
✅ 3. Evite crédito rotativo ou parcelamentos longos
Com o IOF mais alto, o custo final aumenta em operações prolongadas. Prefira parcelamentos curtos ou descontos à vista.
✅ 4. Use consultoria contábil para replanejamento
Contadores especializados em MEI podem reestruturar seu regime ou prever operações que agora se tornaram mais caras.
✅ 5. Considere linhas de fomento local
Verifique se a prefeitura de Criciúma ou Araranguá tem programas de microcrédito. Muitas cidades oferecem subsídios a pequenos negócios locais.
Nos últimos anos, a formalização dos pequenos negócios em cidades como Criciúma e Araranguá cresceu graças à facilidade de abrir um CNPJ como MEI. No entanto, o aumento do IOF joga contra essa evolução. O que era para ser uma ferramenta de fomento se transforma em barreira invisível: quanto mais formalizado o negócio, mais caro o crédito. Isso cria um paradoxo perigoso, onde empreender legalmente significa pagar mais, enquanto o mercado informal continua isento dessa tributação, o que desestimula a profissionalização.
IOF maior, responsabilidade maior – mas também oportunidade de planejamento
O novo cenário do IOF para MEI e pequenas empresas exige adaptação. Mas também abre espaço para organização e inteligência financeira.
Uma das armas mais poderosas para enfrentar o impacto do novo IOF é a educação financeira empresarial. Muitos MEIs ainda confundem o capital do negócio com despesas pessoais, e isso aumenta a dependência de crédito. Com o imposto mais alto, essa prática se torna ainda mais arriscada. Cursos gratuitos oferecidos por entidades como o SEBRAE-SC, cooperativas de crédito e até universidades da região podem ser o diferencial para transformar vulnerabilidade em preparo. A profissionalização da gestão é um caminho necessário — e urgente.
Enquanto muitos veem o aumento do IOF como um golpe, outros podem enxergar uma oportunidade: revisar a operação, cortar ineficiências e investir em diferenciação. Negócios que se organizarem agora estarão mais fortes quando o crédito voltar a ser mais acessível. Em Criciúma, onde o setor de serviços cresce acima da média estadual, empresas que inovam nos processos e mantêm as contas sob controle ganham espaço mesmo em cenários adversos. E em Araranguá, o comércio local pode se destacar pela credibilidade, oferecendo condições mais transparentes que grandes redes sufocadas por tributos.
Se você é de Criciúma ou Araranguá, vale mais do que nunca:
- Monitorar sua saúde financeira;
- Evitar decisões impulsivas;
- Buscar parceiros estratégicos para crédito e contabilidade.
📩 Quer ajuda para entender como isso afeta o seu caso? Entre em contato com seu contador ou cooperativa de crédito. E fique ligado aqui no blog — em breve traremos um guia gratuito com fontes de crédito mais baratas em SC.